segunda-feira, janeiro 11, 2010

Oito, Dezesseis, Vinte e Quatro Horas

“Você toma café sem açúcar por causa dos seus olhos,
eu tenho certeza.”

Então era assim que deviam ser os dias...

chovia e eu voltava pra casa com o pescoço doendo
torcido pra esquerda e pra sempre.
Tão doce, achava que nem me aguentaria,
mas adoçava o dia todo
em oito, dezesseis, vinte e quatro horas
que eu poderia passar te olhando,
fixa e descaradamente,
sorrindo absurdos através da garoa,
que o lado de dentro gritava,
ensolarado, açucarado,
dissolvendo, melando os dedos,
queimados de estrelas cadentes que estouravam,
arrebentavam a cada contato,
incidente – acidente provocado
e era só o que eu precisava.
Não, não sabia o que faltava,
se faltava alguma coisa.
Só ficaram faltando uns quinze minutos
e foi quando eu soube que era assim que os dias deviam ser,
oito, dezesseis, vinte e quatro horas
virado pra esquerda, pra frente,
de dentro ensolarando todo o caminho que eu fiz pra voltar
querendo saber o que você faria do resto do seu tempo,
oito, dezesseis, vinte e quatro horas
que eu esperava pra repetir -
o tempo todo de novo e de novo.






Henrique RM

1 Comments:

Blogger Raphaël Ghünnter said...

Morri! Você sabe que eu adoro isso aqui, né? *__*

13 janeiro, 2010 16:11  

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