domingo, setembro 11, 2005

Sua Lembrança

outra poesia minha. Foi escrita ha pouco tempo, antes de Corpo (q eu naum vou postar) e antes de Silêncio, q eu postei ontem...

espero q gostem

Sua Lembrança

Eu calo todas as vozes para ouvir meus gritos
E lamento não perceber meus soluços.
Eu exponho minhas lágrimas
E nego o amor mútuo.

Eu quero o fim para poder me libertar
E você me toma nos braços e me impede de partir
Eu peço a sua presença para poder viver
E você quer que eu me afaste.

Eu amo por ser humano
E me odeio por poder amar.

Eu recolho os restos de um amor indesejado
E construo uma estátua de prata e gelo,
Um monumento ao meu abandono
Que nunca deverá ser encontrado.

Eu me afasto do mundo para viver
E me afasto da vida pelo mundo.
Eu escuto os ecos do vazio da mente
E choro pela alma perdida.

Eu sou perseguido pelo que já foi dito
E assombrado pelo que foi esquecido.

Eu abandono a tão venerada vida,
Eu chamo os guardiões da existência
E me entrego à eternidade.

Eu entro no meio da dança cósmica
E me sujeito aos caprichos divinos.
Eu sou atacado pelos erros dos que vivem
E procurado por mentiras que já morreram.

Eu fujo da verdade
E me escondo nas sombras.
Somente um predador reconhecerá meu rosto
Enquanto minhas lágrimas regarem as flores.

Eu me calo e observo todos os sons sagrados.
Eu aqueço a grama e peso sobre a terra.
Eu conto as estrelas para não temer a noite solitária
E corro para não ser devorado pela crueldade.
Eu corro do que é conhecido
E temo as futuras decisões.
Eu evito o que é humano
E venero as árias naturais.

Eu busco a verdade
E só a solidão me responde.
Eu recuso o silêncio
E sofrimento me acolhe.

Eu desejo sofrer para te esquecer
E te esquecer para parar de sofrer.
Eu me refugio no que pensei ter esquecido
E sua ausência me faz gritar.

Eu procuro compaixão entre os mortos
E sou respondido com tumbas vazias.
Eu encontro o fim do caminho
E vejo o passado.

Eu me ajoelho diante de um anjo de prata e gelo
E me enfureço à frente de um amor perdido.
Eu ataco com pedras a sua lembrança
E, em meio a nuvens geladas, a raiva toma posse de mim.

Eu percebo a verdade e desejo causar dor.
Eu corro atrás do seu rastro à espera de um sinal
E te encontro feliz e, como nunca, sinto ódio.
Eu te ameaço, ataco e desejo seu fim.

Eu ouvi a sua morte chegar.
E meus passos pesados ecoaram no vazio.
O último cântico soou sua sombria nota
E meu amor perdeu a razão de ser para queimar.

Seus gritos não serão ouvidos
E seu próprio sangue afogará sua alma.

Eu volto para a solidão feliz
E me encontro despreocupado e alegre como uma criança.
Eu aproveito a sua ausência ao máximo
E sinto que não há mais nada em meu coração...

Eu me surpreendo com a sua presença ao meu lado
E temo a sua vingança.
Mas você nunca me atacou,
E eu apenas pude sorrir por ver seu sorriso.

Eu me lembrei de meu crime e suas razões.
Eu me senti ameaçado pela sua lembrança
E tive que destruí-la.

Eu te procurei em meus sonhos e te matei lentamente
Para poder me odiar ainda mais.

Eu fui castigado por mim mesmo
E nada vivo teve pena de mim.
Eu procurei a dor
Mas só o abandono me envolveu.

Eu fugi de minha prisão de pensamentos
E destruí minha própria memória.
Mas me restaram as suas lembranças
E eu começo a gritar pelo seu perdão.

Eu calo todas as vozes para ouvir meu lamento
E grito para não perceber meus soluços.
Eu escondo minhas lágrimas
Nego o amor próprio
E declaro meu amor a você.

Eu me curvo em silencio
E só à noite triste, pesada e morta
Eu faço uma reverência pedindo perdão.

Condenado, eu afogo no orvalho da madrugada.
Eu queimo com a luz do sol
E sou soterrado sob a tempestade da sua ausência.

Para ter uma chance de te reencontrar na eternidade
Eu aceitei o sofrimento...



Henrique Rochelle Meneghini



a história de como eu escrevi essa poesia eh a melhor... eu comecei ela pelo meio (parte do anjo de prata e gelo, que foi roubada de rain, musica by The Corrs q eu amo) e depois percebi q precisava de um começo. escrevi ela toda. Mas depois eu troquei a posiçao de todas as estrofes (todas mesmo) e fiz umas a mais. Incrivelmente eu acho q deu certo, pq essa foi a minha poesia d inauguraçao da minha 3ª fase como escritor (vc deve pensar q eu sou metido. além d me considerar escritor, escolho ter fases... mas as fases eu denomino pq eu gosto mto de literatura e td autor tem fases) essa terceira fase eu chamo de Conformismo. Minhas poesias começaram a assumir um tom mais conformado com os meus problemas do que as anteriores como "Dor", uma das minhas favoritas (favorita do luy tbm, eu acho) que tem um tom d desespero...

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

demorei mas li inteira, nossa, linda²..com ctz vc deve se inspirar em algo, pq suas poesias são perfeitas =).. te adr =*

11 setembro, 2005 03:17  
Anonymous Anônimo said...

huiahiuhaiuhaiuhaiuhaiuah...gigante......esqueci como começo...mas linda....como todas as outras!!!!:*******

te amooo!!!!

11 setembro, 2005 12:36  
Anonymous Anônimo said...

ah meo deus
essa poesia eh perfeita
confesso que eh uma d minhas favoritas x}
mto boua!

li 45 pg do livro A MORTE SEM NOME jah..lindo..to adorando

te amo vadia vagabunda
=***********

12 setembro, 2005 18:49  

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