domingo, outubro 30, 2005

Teu / Teu Soneto

Toda voz é fraca depois da tua,
nenhum som além dos teus me faz chorar.
Não haverá canção, promessa, nem palavra
se não for tua a voz a me falar.

Todo olhar é pálido depois do teu,
não há estrela que me traga tal brilho,
nem astro que me possa iluminar,
nem vida em mim, se não for tu a me observar.

Todo sorriso é falso depois do teu,
alegrias não existem, se delas não puderes participar,
nem desejos me ocorrem, sem em ti eu pensar.

Eu não mais existo, sem te ter a me amar,
nem sobrevivo sem poder me declarar:
Tudo o que és é meu, e todo o meu amor é só teu.





Henrique Rochelle Meneghini

sábado, outubro 29, 2005

Chuva

Ele tinha muito o quê fazer, mas isso não diferenciava aquele dia de outro qualquer. Subiu as escadas apressado, ao ouvir um grito que quebrava o silêncio daquela tarde. Um primeiro grito direto no chão seco do quintal, e ele apenas entrava no quarto. Outros gritos se seguiram, curtos, imprecisos, alternados. Pesados, caindo sobre o azul da tarde e manchando o chão de tons escuros, os gritos tomaram maior forma, maior sintonia, maior ritmo.

As grandes gotas molhavam tudo em volta, marcando seu território com círculos escuros e escorregadios e, no entanto, deixavam espaços vazios. Negligência ou seleção natural, alguns espaços foram rejeitados. Sentia afeição por esses e os ficava observando, imaginando se teriam a sorte de serem aceitos.

Sociedade exclusiva até com a chuva. Da janela, do seco, intacto e inviolável ele observava. Os olhos trêmulos de apreensão. Cada segundo era único e novo e mágico. E ele perdia muito olhando um só ponto. Queria ver o todo, mas sem perder a parte. Queria acompanhar a gota, sem perder a chuva.

Os gritos pesados se amansaram. As gotas diminuíram, a chuva afinou. Uma orquestra combinava o som dos trovões com a melodia doce do cair transversal da chuva, mas ele, ele continuava intacto e inviolável protegido por pedras erigidas em forma de torre, castelo, igreja ou casa.

Tudo se perdia em meio à água. As cores derretiam, os animais se escondiam. A vida se molhava e se afogava em saudades. Ele se afogaria em saudades também, mas não agora, não tão seco, tão protegido.

Fora descoberto. Apreciar aquela chuva queria dizer muito mais do que observá-la. Precisava participar. Precisava se molhar. Precisava chover. Mas nem lágrimas tinha, não naquela hora. Não com o céu desabando. Era pequeno demais em frente à tempestade calma daquela chuva de verão fora de época...

A própria chuva tomou conta de o molhar. Leves, do céu foram lançados jatos espiralados de vento. Bolas de ar, que se chocavam na sua frente e bagunçavam a imaculada cobertura esbranquiçada que a chuva oferecia ao céu, ainda azul claro ao fundo, e mudavam a direção de algumas gotas, que foram refrescá-lo. Ele não pode evitar sorrir, sentindo o abraço gelado no meio da tarde quente como se fosse daquele alguém que lhe faz falta. Não pode deixar de sorrir e agradecer o cuidado, o carinho. Mas ele não estava lá para ser agradado pela chuva. Estava lá para chover. E um telhado e uns muros atrapalhavam seu banho natural.

Sua fortaleza ofendia a queda d’água. E a água trouxe pedras contra as suas. O baque estridente do contato do granizo com o chão o fascinava. O modo como aquilo caía do céu era por demais misterioso, por demais surpreendente, demasiado surreal. E ele só queria entender. E quem sabe ter a chance de cair daquela janela, se soltar na chuva e chover. Não... aquela chuva não era assim dramática. Era apenas chuva, e isso já seria mais que o suficiente pra ele, se ele apenas pudesse chover também.

As bolas de vento voltaram, decididas a acertá-lo com as pedras da chuva. Das três tentativas, apenas a primeira foi bem sucedida. Ele estava sendo atingido pela chuva. Ele era parte da chuva. E esse pensamento não pode deixar de lhe trazer uma lágrima. Uma lágrima de saudade, de alguém que não podia ver a chuva ao seu lado. Alguém que não o podia abraçar e observar a chuva lhe trouxe toda uma tempestade particular.

Chorava em frente à chuva, novamente fina e gritante. Chorava da janela, do seco, do intacto. Chorava violando o inviolável. Chorava para inundar seu quarto, para inundar sua casa, para inundar a chuva. Chovia com a chuva. Já era parte dela. Ensopado no meio da chuva que o inundava pela janela que ele deixara aberta, ele chovia de saudades.

Ele chovia de saudades por um abraço que não podia imaginar e que não podia receber. Mas estava ensopado, flutuando, chovendo e sabia o que viria a seguir. O vento o soprou. Soprou primeiro brincando, depois planejando. Ele chovia e sua chuva era carregada por bolas de vento que se chocavam na frente de alguém que o queria abraçar, na frente daquele alguém que observava a chuva do meio da rua deserta e distante. Observava, não. Apreciava a chuva. Alguém que como ele, também chovia de saudades. Alguém que, como ele, precisava de um abraço. Alguém que como ele, abraçara a chuva. E a chuva se encarregou de carregar seus abraços, o vento os chocou no meio do caminho e ambos se abraçaram pela chuva.

Parava de chover e ele permaneceu na frente da janela, seco, intacto. Inviolável enquanto sentia o abraço distante que o acompanhara durante toda a chuva. E tudo o que ele pode fazer foi sorrir, por ser amado o suficiente para receber um abraço através da tempestade.

Ele não poderia saber, mas, em uma outra janela distante, aquele alguém recebera o seu abraço e também sorria ao fim da chuva. Assim como tudo devia ser. E foi.

terça-feira, outubro 25, 2005

Amanhã

Preciso do teu toque,
preciso sentir o teu peso sobre mim,
as tuas mãos pelo meu corpo.
Preciso que tires de mim a saudade
e me ames por todas as minhas horas.

Preciso abraçar-te, mais do que nunca
o teu calor desconhecido me faz falta demais.
Preciso ser calado com teus beijos
e amado no teu silêncio, no teu sorriso misterioso.
Preciso te ver, te ter, te sentir e te tocar.

Preciso ouvir a tua voz, ou não dormirei.
preciso ouvir-te dizer que me amas
deitado na cama, esperando teu abraço.
Preciso das tuas mãos para secar minhas lágrimas
agora que o sol pára de brilhar.

Preciso trazer tua presença à minha mente desesperada
e acalmar com a tua lembrança a minha solidão.
Preciso dizer-te o quanto te amo antes da noite
e, até que o mundo se apague, apenas nós existamos,
preciso ouvir-te respirar ao meu lado.

Preciso do teu toque e dos teus beijos.
Até o sol parar de brilhar, preciso dizer que te amo.
Preciso ouvir tua voz e ser amado no teu silêncio.
Até que o mundo se apague, eu preciso te ver.
Até o dia nascer e por eternos amanhãs eu preciso de ti.





Henrique Rochelle Meneghini

domingo, outubro 23, 2005

Soneto do Meu Amor

Noite pesada debruçada sobre a escuridão mórbida do meu interior seco.
Noites silenciosas antes das suas palavras, preenchidas por um pedido:
esquece o amor indesejado e entrega-te somente à nova e brusca luz que emana de dentro de ti,
que ressurge ao primeiro toque de uma mão desconhecidamente familiar.

Deixo-me iluminar pelo calor de um corpo distante que não pude abraçar.
Nessa noite letárgica, eu durmo quieto nos teus braços quentes que me afagaram quando chorei,
eu sussurro na noite solitária sem ti, esse teu nome amado que tanta falta me faz
e grito em vermelho-sangue as juras de amor eterno que não preciso mais jurar.

Serei teu, e apenas. Apenas teu eu serei e nada mais será preciso.
E tu me levarás em doces palavras pelos caminhos que nos perseguem até amanhã
onde me tomarás nos braços e me amarás no meio das horas cobertas das cinzas de um amor queimado.

Com um último toque antes do adeus, me darás em um segundo a eternidade e além.
Com um último olhar, me terás eternamente todos os segundos pensando em ti.
E então, todos os meus sorrisos e minhas lágrimas e minhas saudades trarão a perpétua lembrança de ti, meu amor.

Folhas Caídas

A rua que ela descia parecia deserta. Eram nove da manha de um domingo. Céu encoberto. Um daqueles dias quando não se tem sombra. A primeira folha do outono caiu bem na sua frente, mas ela não sabia disso e apenas passou por cima dela.

Sua caminhada não a levava a nenhum lugar muito especial. A padaria era apenas parte da sua rotina. O caminho era longo, mas ela gostava dele assim. Tinha mais tempo para observar a paisagem. No meio do caminho duas crianças de rua a abordaram. Odiava esse tipo de coisa. Dinheiro, comida... é claro que não tinha nada para lhes dar... se tivesse comida, eles veriam os pacotes, se tivesse dinheiro pagaria alguém para agüentar esse tipo de coisa em seu lugar. Ela fingiu não as ver e continuou observando as árvores e se lembrando que logo as folhas sujariam todo o seu gramado e ela teria que juntá-las e jogá-las. Perto de uma avenida acontecera uma batida na noite anterior. Com certeza um daqueles jovens malucos que tentou acabar com a vida. Isso acontecia sempre, ela achava. Por isso nunca tivera filhos. Nem se casara. Nem namorara. Nem amara alguém. Nem fora amada. Nem nunca encontrara alguém que prestasse. Hoje em dia não havia mais dessas pessoas. Todos eram almas perdidas e ela, ela podia ver isso muito bem... bastava sair de casa para ver um desses, ou uma dúzia.

Seus pés começaram a doer... culpa das calçadas tortas... a prefeitura nunca as consertara... Culpa daquelas árvores gigantes que haviam por aí. Por que não as cortavam? Quem precisava delas, na realidade? Sempre tortas... haviam torcido seu pé já, uma vez, há alguns anos. Um homem de meia idade bem aparentado a ajudara e se oferecera para levá-la para o hospital, mas ela não confiaria em um estranho. Pediu q ele a deixasse em casa, pos realmente não poderia andar. No entanto, parou do outro lado do quarteirão e só se arrastou até a própria casa depois que o estranho tinha partido, para que ele não a pudesse ver ou seguir. Mas hoje não se machucaria. Aprendera a prestar mais atenção nas calçadas depois do incidente.

Continuou até a padaria. Comprou tudo o que precisava e começou o caminho de volta para casa. A cidade aos domingos é tão vazia. Tão insegura. E ela andando sozinha pelas ruas de lojas fechadas. Mas nem todas as lojas estavam fechadas. Uma livraria estava abrindo quando ela passou em frente. Uma placa indicava que aquele acontecimento se devia ao fechamento definitivo da loja, que estava fazendo uma queima de estoque. Decidiu passar lá depois do almoço, para ver se algo a interessava. Estava mesmo querendo um livro sobre plantas ornamentais caseiras e seus cuidados. Adorava cuidar de plantas. Não se sentia tão sozinha com plantas a sua volta.

Almoçou sozinha como sempre e, como sempre, sobrou comida. Considerou, como costumava fazer às vezes depois do almoço a possibilidade de comprar um animal para animar a casa. Não... animais são traiçoeiros, interesseiros. Só ficam com você porque você os alimenta. Conhecia esse tipo de seres. Pessoas assim, inclusive. Era só sair de casa para ver uma ou uma dúzia dessas.

Tomou o caminho para a livraria. Ao chegar foi perguntar ao vendedor onde poderia encontrar os livros que queria, mas como ele não parecia confiável achou melhor procurar sozinha. Haviam outras duas pessoas na loja, além dela e do vendedor. Dois homens. Um bebia café enquanto lia um jornal pelo qual não pagara e o outro olhava os livros escolares. Esse segundo ela olhou por um tempo a mais. Ele reparou os olhares. Pareceu ficar com medo dela, ele não confiava em estranhos, e saiu da loja. Ela não gostou dessa desconfiança, mas fazer o que? Não era assim o mundo? Cheio de desconfiança?

Voltou a olhar pelas prateleiras pelo livro. Alguns minutos depois ela esbarrou em alguém. Virou-se assustada. Era o homem que saíra da loja. Encarou-o ainda mais assustada e ele pediu desculpas. Quis dizer alguma coisa, mas não conseguiu. No entanto, gostou que o homem tivesse se mostrado arrependido. Voltou a procurar o livro. O homem atrás dela, olhando a estante oposta. De repente ele se vira e se apresenta. Ela responde o próprio nome, mas nada mais. Ele ainda tentou conversar com ela mais uma vez, mas ela dava respostas curtas e evitava o contato com os olhos dele, apesar de sentir um desejo estranho de contar-lhe toda a sua vida, ou ao menos convidá-lo para jantar.

Como não conseguiram estabelecer um diálogo ele seguiu para a mesa do café, agora livre do outro homem, que saíra da loja, deixara o jornal lido jogado numa cadeira e não comprara nada. Ela se sentia estranha demais, então apanhou um livro qualquer, comprou-o e saiu da loja o mais rápido que pode.

À noite ela jantou sozinha. Muito tempo passaria e ela continuaria a jantar sozinha. Muitas crianças de rua falariam com ela e ela as ignoraria. Muitas vezes ela se queixaria das pessoas, da cidade, da vida. Muitas primeiras folhas de muitos outonos cairiam na sua frente e ela as ignoraria. Nenhum grande amor a encontraria numa livraria, por que ela ignorara o único.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Madeira Morta - Segundo Final Alternativo

bom bom bom... eu nao resisti e resolvi escrever um terceiro final para o conto Madeira Morta. Eu surpreendentemente gostei tanto dele q nao paro d pensar na personagem e na vida dela e de como o final contribuiria para ela.
Segundo Final Alternativo:
>>>à partir da carta

Uma mulher sentada na poeira do sótão com uma carta na mão e lágrimas rolando pelo rosto. Uma carta que podia ser mentira, uma carta desconhecida, que nem fora enviada. Mas uma carta de adeus. Ela chorou por não ter ninguém a quem dizer um adeus como aquele. Ela chorou por não ter quem amar, quem a amasse. Ela chorou porque alguém teve que dizer adeus à vida no meio do abandono do inverno e tudo o que ela tinha era uma carta.

Uma mulher comum. Perdida na poeira do sótão, não era si mesma. Levantou-se foi até a escada, perdida em pensamentos, murmurando. No topo da escada olhou para baixo e se viu madeira morta, madeira morta, madeira morta, madeira morta, madeira morta, morta, morta, morta, morta, morta... Uma mulher comum coberta pela sujeira de um sótão morreu ao pé da escada segurando um papel em branco nas mão, solidão no corpo e madeira morta a perder de vista.
Explicando essa loucura d 3 finais:
o original naum tras nada excentrico. eh bem mais mundano, controlado, bem diferente do meu estilo normal, mas eh muito triste.
o primeiro alternativo eh fofo. mas totalmente inexplicável. segue a linha q eu amo d realismo fantástico... tipo ela morre no meio do sótao... naum se diz d que... mas eu sei como foi, logico... (logico eu digo pq eu gosto d conhecer as personagens q eu crio mto bem)
o segundo alternativo eh bastante profundo... o significado por tras dele eh muito grande... eh preciso perceber certas sutilezas pra entender o q eu quis dizer... tipo... pq ateh eu me esforcei pra entender... a historia se montou sozinha praticamente... e eu tive q perceber o qto incrivel ficou, pq dixando d lado essa breguice d ser modesto, eu amei esse final...
ah sim... eh super possivel que apareça outro final alternativo... eu acho q eu gostei d fazer finais alternativos... bem metido neh???

domingo, outubro 09, 2005

Madeira Morta - Final Alternativo

a pedido do luy eu escrevi um final alternativo para o conto Madeira Morta. Muda só o último paragrafo, na verdade, mas dá todo um novo sentido pra história, torna ela muito mais fantastica, menos mundana como o primeiro. Eu tenhu tendencia ao realismo fantastico, mas eu tentei me deixar mais mundano nesse conto. Mas nao fui mundano suficiente para uma cronica, e preferi assim... Esse final se encaixa melhor na minha ideia original do conto. Eu gostei. Qual vc prefere?

Final Alternativo:
>>>à partir da carta

Uma mulher sentada na poeira do sótão com uma carta na mão e lágrimas rolando pelo rosto. Uma carta que podia ser mentira, uma carta desconhecida, que nem fora enviada. Mas uma carta de adeus. Ela chorou por não ter ninguém a quem dizer um adeus como aquele. Ela chorou por não ter quem amar, quem a amasse. Ela chorou porque alguém teve que dizer adeus à vida no meio do abandono do inverno e tudo o que ela tinha era uma carta.


As horas passaram como sempre. A poeira no sótão se acumulou. O baú permaneceu aberto. Ela permaneceu ao seu lado, coberta pela solidão maciça, mas não em um quarto. Apenas uma mulher que nao foi encontrada por ninguém no dia seguinte, nem no outro, nem no outro... Permaneceria indefinidamente no meio da poeira de um sótão segurando uma carta. Morta, madeira morta, como tudo a sua volta.

Madeira Morta

Madeira morta. Nada vivo, então não se sentia culpada de pisar. A escada circular subia, como sempre fizera, em direção ao sótão. Sentira naquela manha a necessidade de ir lá. Não seria a primeira vez, aquele lugar e toda a sua poeira, toda a sua velhice acumulada a fascinavam. Era um sótão aparentemente retirado de um filme dos anos 90: janela redonda, poeira por todos os lados, baús, dois manequins femininos (dos quais um se encontrava em estado de putrefação, mas que não havia sido retirado porque não era dela, e ela não mexia nas coisas dos outros), moveis cobertos por lençóis... podia se esperar que um morcego aparecesse, mas era improvável porque não havia entrada de ar no cômodo, ou até que ela ouvisse vozes desconhecidas e fosse perseguida pelos fantasmas dos antigos donos da casa que convenientemente seriam de uma religião satânica estranha e teriam se preparado para voltar a vida quando uma jovem sem grandes intenções como ela entrasse naquele sótão, que era também o jazigo de seus corpos, mas esse tipo de coisa é ridículo demais para acontecer (e ela adoraria poder dizer isso para os diretores desses filmes dos anos 90). Ela era apenas uma mulher comum que gostava de vasculhar as coisas do sótão, que passaram a ser dela quando comprara a casa (a antiga dona disse que era da família dela, mas como não gostava deles deixaria lá...). Não seria a primeira vez a entrar naquele sótão, escolher um baú e ver o que havia dentro, alem dos usuais animaizinhos estranhos, então não se importou em perder muito tempo com esses pensamentos de morcegos e assombração... era apenas um sótão, de entrada, escada, chão e baús de madeira morta.
A janela emperrou como sempre, e os raios inesperados de luz a fizeram fechar os olhos, apressada e irritada, no entanto sorrindo. O sol iluminava, diretamente metade do sótão, decidiu abrir um baú daquele lado, aproveitando que os manequins ficariam longe dela e ela, sinceramente, não gostava deles. Ajoelhou-se, ignorando que suas roupas ficariam encardidas e levantou a tampa do baú. Pela primeira vez um baú resistiu ao seu toque. Teve um sentimento estranho de rejeição. Acalmou-se, afinal era só um baú trancado. Talvez por estar trancado, a quem pensava que enganava... era obvio que foi porque ele estava trancado, interessou-se mais por ele do que pelos outros...


Decidiu chamar um chaveiro... não! Não dividiria aquele momento com ninguém. Mas ainda não sabia como abriria o baú sozinha. Sentou-se na poeira pensando. Pensando nos motivos do baú estar trancado, no que havia dentro dele, mas não em como o abriria. Duas horas depois ela estava olhando dentro do misterioso baú. Como o abrira não era importante, nem eu o sei. Mas ela olhava seu conteúdo mundano com honra e admiração. Algumas dezenas de cadernos muito velhos, preenchendo o volume daquele invólucro de madeira morta. Desinteressante, aparentemente. Até decepcionante, talvez. Mas não para ela. Ela sabia apreciar a beleza dos cadernos do baú que ela abrira não sei como.


O primeiro caderno que pegou começava com uma frase parcialmente ilegível, efeito da idade, escrita a pena que ela gostaria que fosse “minhas memórias” seguida de datação do século XIX, do gênero de 1831-1892. Mas isso também era muito espetacular para acontecer com ela naquele sótão. Contentou-se em ler o que conseguia do caderno. Pareciam anotações a toa, sobre livros que o autor aparentemente lera... Essa distração a ocupou por algumas horas e por diversos cadernos.

Uma mulher no meio da sujeira do sótão estava sobre madeira morta, lendo anotações de um desconhecido. Sentia-se uma invasora, uma ladra de recordações, mas sentia-se bem. Era apenas uma mulher comum na sujeira do piso velho do sótão lendo lembranças que comprara junto com a casa.

Apenas uma mulher comum que não esperava nada de extraordinário da vida. Mas uma coisa extraordinária aconteceu. Naquela poeira toda do chão pousou uma pagina solta do caderno que ela acabara de retirar do baú. Uma carta, sem destinatário, escrita com letra tremida e borrada em algumas partes.

“Meu querido,
As noites têm passado demoradas e silenciosas nessa cidade vazia sem você. O mar parece que se cala às vezes para ouvir se eu choro ou não e sempre descobre que sim. À noite não tem mais lua sobre a nossa casa. Desde que você partiu não há mais estrelas. O céu também chora a sua perda. Esforço-me para acreditar que você vai voltar para os meus braços amanhã de manhã, mas eu não acredito nisso, na verdade. É tudo silencioso demais aqui para haver esperança, para haver desejo, para haver reencontros, para haver lua, para haver estrelas. É silencioso demais para não haver amor, para não haver saudades, para não haver lembranças, sempre de você.

Os dias têm se arrastado mais pesados do que nunca. Eu não resisto e choro.


Não há mais força, não há vontade de viver, obrigo-me a acordar todas as manhãs para esperar notícias suas. Minhas tosses pioraram, estou cada vez mais fraca, resistindo forçada, esperando que você volte. Esperando que você volte. Eu espero que você volte. Já não escreve mais cartas, mas eu acredito que esteja esperando uma possibilidade de voltar. Eu acredito que ainda queira voltar. Volta. Por favor.

Não estou mais resistindo, eu acho. Volta, antes que eu não esteja mais aqui. Antes que eu não possa voltar pra você. Volta pra mim e me diz que a sua última carta não aconteceu. Aquelas palavras me assombram de noite ‘Se eu não puder voltar, acredita que eu tentei e que eu te amei. Se eu morrer aqui, acredita que nos reencontraremos’, mas eu não consigo mais acreditar. Essa noite está muito fria para eu acreditar em qualquer coisa e a lareira não está acesa.

Eu sinto que devo me despedir. Meu amor, eu não acredito que escreverei outra carta. Não acredito que poderei. Está tão frio... eu não acho que vou acordar amanha depois do frio dessa noite. E se toda essa neve me cobrir? E se você chegar e me encontrar aqui, coberta pelo frio da distância entre nós? Coberta pela solidão maciça no meu quarto? E se você chegar? Quem te abraçará? Quem pegará o seu casaco e te dará as boas vindas? Quem vai dizer que te ama? Quem vai te dizer boa noite?

É tarde agora, muito tarde. Essa vela está acabando. E eu ainda não te disse adeus. Eu não quero te dizer adeus. Eu não quero...

Eu preciso dormir, meu amor. Dormir e não acordar. Não preciso mais acordar. Boa noite, meu querido. Adeus e boa noite.”

Uma mulher sentada na poeira do sótão com uma carta na mão e lágrimas rolando pelo rosto. Uma carta que podia ser mentira, uma carta desconhecida, que nem fora enviada. Mas uma carta de adeus. Ela chorou por não ter ninguém a quem dizer um adeus como aquele. Ela chorou por não ter quem amar, quem a amasse. Ela chorou porque alguém teve que dizer adeus à vida no meio do abandono do inverno e tudo o que ela tinha era uma carta.

Ela chorou porque tudo o que ela tinha era um baú, um sótão e uma escada. Apenas madeira morta. Como ela.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Oi

seguindo o conselho do pói, eu posto aki um recadinho pra ver se eu consigo ganhar 500 comments...
por favor colabore... ou o kapeta vai estar em baixo da sua cama essa noite... ou talvez naum... mas vc nunca vai saber... eh melhor naum arriscar e comentar...

OLÁ, MEU NOME EH HENRIQUE ROCHELLE MENEGHINI, TENHO 16 ANOS, 17 EM 93 DIAS!!!! (6 DE JANEIRO). ADORO ESCREVER, IR AO CINEMA, TOMAR SUCO DE CAJU, COMER PIPOCA, FALAR MAL DOS OUTROS E FAZER AMIZADES DECENTES (naum q vadias e biskates naum sejam bem vindas, pq saum e mto, neh nah?). VACOMENTE COM SEU NOME, COLOQUE MSN SE QUISER... AH SIM... O MEU É eu_hrm@hotmail.com
BOM... O Q MAIS EU POSSO FALAR D MIM MESMO????
SIM! EU AAAAAAAAAMO LER, ADORO LITERATURA... SOU FÃ DOS CORRS, DA DIANA DEGARMO, DA VANESSA CARLTON, DA KYLIE...
AH... EU FALO INGLES E FRANCÊS, SOU METIDO, EXIBIDO, IRRITANTE...
DEPOIS EU COLOCO UMA FOTO MINHA...

espero q a ideia do poi de certo...

terça-feira, outubro 04, 2005

A Bi, Tri e/ou Poli Sexualidade da Madonna II

essa eh a segunda parte. o acompanhamento psicologico dito tão esperado no início, eh tao esperado porque levou por volta de um ano pra ser escrito...


A Bi, Tri e/ou Poli Sexualidade da Madonna
Com o tão esperado acompanhamento psicológico de Maristelle Robberto

People of the wolrd (pessoas do mundo pros pobres) finalmente foi aberta uma “brecha” na agenda do(a) Maristelle para que pudéssemos continuar a nossa pequena grande seção de reportagens sobre o desvio sexual de Madonna, a ex mulher mais rica do mundo.
Antes de prosseguirmos quero relembrar uns detalhes da última reportagem para quem pode ter se esquecido: Maristelle Robberto (EU SEI QUE NA REPORTAGEM PASSADA EU PUS UM SO “B” EM ROBERTO, MAS ELE(A) ADICIONOU O 2º “B” DURANTE A ENTREVISTA [pedaço não incluso nessa reportagem] POIS ACHAVA QUE DEMONSTRARIA MELHOR SUAS OPÇÕES SEXUAIS ATÉ HOJE DESCONHECIDAS) é um(vou trata-lo com as palavras masculinas de gênero a pedido do próprio) renomado psico-sexólogo especializado em anomalias de preferências sexuais como as que ele e Lady Madonna (como a própria implorou para ser chamada[tbm não inclusa essa parte]) tem.
A seguir vcs lerão a conversa também gravada e disponível para venda em fita K7, LP, CD, VHS e DVD nos piores sites da sua web (desistam... não tem no site da Pé no Sako). Essa conversa foi gravada de um modo incrivelmente econômico (que incluía uma goma de mascar [chiclete] mantendo a fita e a câmera que gravava unidas) portanto nos desculpem qualquer falha ocasional. (MB para Maristelle Robberto e LM para Lady Madonna).

MR- lady, é uma honra ter uma mulher tão poderosa nesse estúdio de quinta categoria.
LM- é, eu sei... a honra e toda sua flor.
MR- ai..... vc me mata de rir lady...
LM- não é graça viu baby.
MR- td bem... vamos ao que interessa/ 1ª INTERRUPÇÃO BRUSCA DE LADY MADONNA
LM- como assim ao que interessa?! Eu não estou recebendo para transar com ninguém... ah... que se dane.. eu vô dá pra quem?
MR- calma dear [querida] não é bem isso/ 2ª INTERRUPÇÃO BRUSCA e maldosa de LM
LM- ah... agora eu entendi... eu vô comer quem?
MR- não é bem isso... SE QUISER PODE SER EU... mas não é sobre isso que estamos falando... afinal... fale sobre a sua Poli-sexualidade... como vc se sente? Vc se arrepende de ter escolhido esse modo de vida? Já tentou parar de ter relações com um grupo tão extenso de “coisas”? Pode se dizer que você esta viciada? Ninfomaníaca?
LM- ok.. me sinto bem. Não me arrependo, sou feliz assim. Nunca tentei. Sim estou viciada em maconha, cocaína, crack e copos de plásticos recém derretidos. Acho que ainda não se pode dizer que eu seja uma ninfomaníaca, afinal eu sou Lady Madonna.
MR- pode se dizer sim... vc é uma louca... amada por nós, mas louca e ninfomaníaca/3ª E ÚLTIMA INTERRUPÇÃO BRUSCA DE LADY MADONNA SEGUIDA DE UM TAPA NA CARA QUE LEVOU 52hs 33min 12segs e um quarto de décimo de segundos PARA DESAPARECER DA FACE HORRÍVEL DE MARISTELLE ROBBERTO (tempo marcado pela própria MR para se exibir para suas amiguinhas lésbicas e etc das esquinas de salvador, já que só a própria MR teria a mão da DIVA MADONNA estampada em seu rosto)
LM- ninguém pode te dar o direito de falar assim com el LADY MADONNA. Vc não passa de uma vagabunda, cachorra, imprestável, nojenta, lésbica, desprezível, putona, chacrete, esquinera, diarista, roda-bolsa, traveco, operada, respada e giletinha de mal gosto.
MR(chorando)- assim chegamos a conclusão de que não há cura prevista para o caso da LADY MADONNA. Obrigada a Pé no Sako pela chance de ser ofendida pela minha lady.


Yes folks, isso é tudo. Na próxima confiram uma leitura de cartas na casa da Lady. Até lá.



bom... essa foi a segunda parte... como eu disse a terceira parte soh será publicada mediante apeo geral... se naum tah a fim d ler naum peça... pq eu sou chato e dramático...

A Bi, Tri e/ou Poli Sexualidade da Madonna I

resolvi postar uma reportagen feita há uns 2 anos e suas continuações do ano seguinte...
foi logo qdo eu comecei a gostar da madonna...
elas sao meio difamatórias e ofensivas e contém materiam explicito, cuja leitura naum eh recomendada para (bla bla bla), mas leiam pq eh muito engraçado (pelo menos o pessoal axava...)
hj eu posto as partes I e II, se eu quiser eu posto a 3ª... pq o luy posta um OI e 500 comments aparecem... eu posto poesias q me tiraram horas d sono e tenhu 1 ou 2 comments... hunf...

bom... ai vai:



A Bi, Tri e/ou Poli Sexualidade da Madonna

Recentes rumores desmascararam a ex-diva do Pop Madonna. Recentemente repassada para o segundo lugar como a mulher mais rica do mundo, repórteres renomadas como Sheyla Chupa-n-checa e Bú da Cêta e Silva, acreditam que Madonna (que, como elas insistem em dizer, continua guardada nos humildes corações lesbianos delas) esteja passando por um colapso sexual no qual sofrerá uma intensa indecisão sobre suas preferências, já experimentada por pessoas de Rio-das-Pedras (se é assim que se escreve esse troço). Essa indecisão na opinião de Chupa-n-checa e Cêta e Silva pode futuramente ser superada. Opinião contrária tem a maioria da população. Chequem agora em terceira mão a melhor parte (muito pequena [sorry, foi o q conseguimos pegar]) da entrevista que a Madonna deu para a People, que vendeu pra Vogue que emprestou pra Pé no Sako como troca por serviços sexuais de brasileiras adolescentes entre 10 e 15 anos que naum deviam ser mencionados mas que serão caso alguma leitora queira se inscrever no nosso programa de prostituição (acessar o www.prostituiçãoinfantil.com .br):

- Madonna, você é bi tri ou pluri sexual?
- Sou sim e ninguém tem nada com isso.
- Como vc acha que os fãs vão reagir?
- Pouco me importa.
- Afinal... vc é o q, sexualmente falando?
- Sei lá... até hoje eu já transei com homem, mulher, gay, lésbicas, viados, machos, bixas, indecisos, enrustidas, giletes, barbeadores, presto-barba, peludos, peludas, travestis, crossdresser, operados, transexuais e esses são só os humanos.
- Por que? Vc manteve ou mantém relações com outro tipo de “coisa”?
- Claro (risos): cachorros, gatos, ovelhas, coelhos, golfinhos, tigres, sapos e cobras. Além de plantas, paredes, cortinas de motel de beira de estrada, almofadas, ventiladores de teto e minhas preferidas: pedras azuis, caixas de som e copos de plástico recém derretidos são um fetiche pessoal há anos e anos.

Esse foi o pedaço mais interessante da reportagem.
Na próxima semana continuaremos investigando a história da Madonna. Dessa vez acompanhado pelo psicólogo(a) Maristelle Roberto. Além da continuação sobre a opinião pública da Pluri Sexualidade da ex mulher mais rica do mundo, ex símbolo sexual e ex-diva do pop americano (mas que continua guardada nos humildes corações das mais singelas lésbicas do mundo afora).


[essa reportagem foi criada para a revista Pé no Sako, a primeira revista lésbica destinada ao público d todas as sexualidades. Uma ideia original do Luy, pra variar, q eu, pra variar, roubei... essa menos q outras, no entanto...]

domingo, outubro 02, 2005

Morte do Amor Indesejado

Essa poesia começou a ser escrita em novembro do ano passado e foi terminada hj... dá pra entender pq ela demorou tanto não?

Morte do Amor Indesejado

Eu te amei. E te amei como jamais poderá ser amada.
Eu te amei a cada manhã, e te amei a cada anoitecer.
Eu te amei como a vida ama a alma, mas isso é passado.
Lágrimas e poemas me abandonaram, dores e desejos me deixaram
E tenho que estar mais completo do que nunca.

Agora, a única voz em minha mente é a minha e só eu me controlo.
Só vejo o mundo com meus olhos e só existo por mim mesmo.
Mas quero que saibas que se desisto de amar-te,
Não é por fraqueza nem cansaço e sim por solidão.
Por ter sido fraco e ter estado ao teu lado, perdoa-me.

Num lapso de iluminação decidi um assassinato:
Vou matar o meu desejo tímido e escandaloso de você.
Se somente uma morte pode te apagar, uma morte então será.
Eu te amei até o último segundo. Eu te amei enquanto pude respirar.
Eu te matei amando, meu amor. Eu te amei matando o meu amor.

Pára. Ouve, que é a própria morte quem chega.
Os passos surdos ecoam no vazio. O último cântico soa sua sombria nota.
É escuro. Tudo. Ao seu lado, tudo é escuro.
O meu amor perdeu a razão de ser para queimar.
Os gritos não serão ouvidos e meu próprio sangue o afogará.

Assassinato calmo, sereno e pacífico dentro de mim,
Morte dolorosa a que dei minha própria vida,
Assassinato necessário, de duas mãos mal-amadas,
Morte tímida e esperada, ato às lágrimas executado,
Assassinato convocado, morte de um amor indesejado.


Henrique Rochelle Meneghini



Ah sim... caso vcs estejam se perguntando... naum, eu naum estou depressivo. Eu me forcei a ficar depressivo para escrever, mas agora jah passou...

Esquecer

Esquecer

Abandona teu corpo entorpecido no abismo
E saboreia a lenta queda até o mar.
Aprecia cada segundo desses relâmpagos
Que te anunciam o inevitável adeus.

Desprende-te desse palco.
Desprende-te dessa vida
Deixando que se desprenda de ti a alma
E deixa que somente a corda em teu pescoço te una ao mundo.

Queres ser livre?
Liberta o sangue em tuas veias.
Corta-te com o carinho que não te deram
E observa a paz escarlate do teu interior se libertar.

Deita sob os céus e pede justiça
Se houver justiça, feche os olhos
E esconda teu rosto da prenunciada escuridão
Que envolve o mundo em um último abraço.

Pula das falésias e ama as águas geladas
Preenche-te delas até a exaustão
Até não poder mais resistir
Até teu corpo naufragar no oceano calmo.

Amarra-te sem cordas
A acende o fogo dentro de ti.
Sinta queimarem todos os desejos,
Todas as cordas que já te amarraram.

À frente de todos os abandonos da tua vida,
À frente do fim do dia,
Crava em teu peito um punhal
E fica em frente ao teu fim.

Soterra-te ao pé das colinas.
Deixa que o peso das pedras
Tire de ti o peso das lágrimas em vão.
Deixa que o peso te traga a leveza da paz.

Não resistas ao chamado da noite eterna
Treze comprimidos pela noite,
E de manhã não precisarás acordar.
Treze comprimidos para o sono eterno.

Esquece teus sonhos,
Como foste esquecido.
Esquece de lutar para resistir.
Esquece de viver.

Esquece o fracasso, a derrota,
Esquece as horas de companhias solitárias.
Esquece que amaste
E que foste ou não amado.

Esquece tua pessoa
E, algum dia, se esquecerão dela.
Deixa que tua essência te abandone,
Algumas coisas se vão para sempre.

Esquece que viveste
E talvez tenhas alguma chance de viver.
Esquece que amaste
E amarás de novo.

Esquece o que tiveste
E entrega-te ao novo, inerte e desconhecido.
Esquece que amaste,
Pois algumas coisas se vão para sempre.

Acende o fogo dentro de ti,
Liberta o sangue em tuas veias
E desprende-te da vida:
Esquece de lutar para resistir.

Não resistas ao chamado da noite eterna,
Soterra-te ao pé das colinas,
Deita sob os céus e pede justiça:
Esquece as horas solitárias de companhia.

Abandona teu corpo ao abismo,
Crava em teu peito um punhal,
Pula das falésias e ama as águas geladas:
Esquece que viveste.

Esquece que amaste e que não foste amado.
Esquece que viveste, e, no entanto, desacompanhado.
Esquece quem amaste: algumas coisas se vão para sempre.



Henrique Rochelle Meneghini



Como dá pra notar o post foi transformado em poesia, escrita ainda hj, pouco antes das 18.30h. Ela diz tudo o que eu queria e, ao contrario da musika d ontem, são minhas palavras. Se eu tenho problemas? Dá pra perceber, neh... fazer o q...

You're not already gone, but someday...

Since U Been Gone

Here's the thing
We started out friends
It was cool, but it was all pretend
You dedicated, you took the time
Wasn't long, til I called you mine

And all you'd ever hear me say
Is how I pictured me with you
That's all you'd ever hear me say

But since you been gone
I can breathe for the first time
I'm so moving on, yeah yeah
Thanks to you now I get what I want
Since you been gone

How can I put it, you put me on
I even fell for that stupid love
How come I'd never hear you say
I just wanna be with you
Guess you never felt that way

But since you been gone
I can breathe for the first time
I'm so moving on, yeah yeah
Thanks to you now I get what I want
Since you been gone

You had your chance, you blew it
Out of sight, out of mind
Shut your mouth, I just can't take it
Again and again and again and again

But since you been gone
I can breathe for the first time
I'm so moving on, yeah yeah
Thanks to you now I get what I want
Since you been gone


bastante aproximado do q eu escreveria agora se tivesse paciência... esquecer eh uma coisa mto difícil...
"trying so hard to put you from my mind"
EH... esquecer vai ser o nome do verdadeiro post dessa semana...